segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cinco matérias policiais não-publicadas

Era final de semana, mas parecia Sexta-feira 13

O que aconteceu no começo de junho definitivamente vai ficar marcado para sempre na cabeça de Osmar Adriano Ribeiro. Ele tentou separar uma briga que envolvia Davi Ribeiro Lopes, um frentista muito ciumento, e Cláudio Ribeiro Silvério, o novo namorado de sua ex-mulher.
Davi cisma que tem um problema na própria testa e acabou acertando um golpe de facão na testa do Cláudio, que pelo jeito não tinha nada a ver com a história. Katia Charline de Souza foi casada por cinco anos com Davi, com quem tem um filho de quatro anos. Por causa do ciúme do marido, eles acabaram se separando. Ou seja, Katia é livre e desimpedida.

Mas o frentista não pensa assim. Ele ainda está inconformado com a separação. Além disso, segundo Katia, paga apenas R$ 200 dos R$ 300 determinados pela justiça como pensão alimentícia. Depois do final de semana que parecia filme da série de horror Sexta-feira 13, Davi andava pelo bairro Ribeirão Grande, em plena segunda-feira 13, e encontrou Katia. Lascou-lhe um tapa no rosto, deixando uma marca na reconhecida beleza e juventude da ex-mulher. Ah, o frentista fará 41 anos em julho. Kátia tem 22.
Katia não se fez de mulher de malandro e chamou os policiais militares, que encaminharam o furioso para a delegacia. Davi foi enquadrado em flagrante pela Lei Maria da Penha. O ex-delegado já havia pedido a prisão preventiva em janeiro, quando outro episódio de violência e perseguição tinha sido relatado. Mas o judiciário negou a preventiva e determinou apenas medidas protetivas. Dessa vez, o delegado Gerson Machado torce para que a Justiça não dê outra chance para o azar. Ciúme não precisa nem de motivo, pois, como lembra o personagem Otelo, de Shakespeare, “o ciúme é um monstro que a si mesmo gera e de si mesmo nasce”.

Preso maior traficante de pó da região. Sabão em pó.

Sujou para o vendedor de sabão em pó. Marcos Aurélio Alves, 47 anos, balconista da farmácia instalada no posto de gasolina Alpino 1, foi abordado pela polícia rodoviária quando dirigia o Corsa de placas AGX 9406. Aconteceu no dia 15.
Marcos não tinha habilitação, mas tinha 17 fardos de sabão em pó marca Ace. Sem nota fiscal, o balconista diz ter comprado a carga de um caminhoneiro que não conhece nem sabe localizar. Teria pago R$ 600 pelos 15 fardos com 18 unidades de um quilo e 2 fardos com 4 unidades de 4 quilos.

Quer dizer, tentou ser liso como um sabão. Mas a Polícia Civil não deslizou na conversa e disse que a história é “inverídica e mentirosa”, para deixar bem claro que não engoliu o papo. A “verdade e coisa certa” é que Marcos foi autuado em flagrante por receptação e sonegação fiscal. Sonhava chegar mais alto do que ser balconista no Alpino e agora vai precisar de mais do que sabão para limpar o nome.

Onde os caminhões tombam

Se você tem um caminhão e carrega cerca de meia carga, evite passar de madrugada pela curva no km 32 da BR 116. Bom, pelo menos evite se você não quiser tombar a carreta e ver o conteúdo ser saqueado por pessoas que aparecem em poucos minutos e saqueiam tudo, aproveitando a “coincidência”. Como ninjas, somem em seguida sem deixar rastros.
No dia dos namorados, aconteceu de novo. Um caminhão com material de construção tombou, o motorista saiu andando e não pode evitar que quase tudo fosse levado embora pelos vigilantes cidadãos à margem da rodovia.
Dessa vez, Moacir Gomes Ferreira, 22 anos, ficou praticando o saque enquanto os parceiros se mandavam. E a Polícia Rodoviária Federal chegou, olhou e prendeu o rapaz, que estava literalmente com a mão na massa – ou pelo menos no material de cimento. Segundo os policiais, Moacir foi detido com quatro caixas de ferramenta vazias, uma peça de banheiro e vinte e quatro baldes de pedreiro. Foi para o xilindró, acusado de furto simples.
A hipótese da Polícia Civil é que uma quadrilha provoca os acidentes. Com óleo na pista, por exemplo. E os investigadores não descartam a possibilidade de que alguns motoristas estejam “mancomunados” com os saqueadores. Na tarde do dia 16, a advogada de Moacir chega na delegacia, providenciando a soltura logo em seguida. Para o irmão do suspeito, o garoto é só um bode espiatório.
A carga roubada no varejo estava avaliada em R$ 19.497,84, sendo transportada por um caminhão Mercedez Benz 1938S, placas MBV 0030.

Jardim não tem mais Paulista


Três de março de 2010. 2h35. Avenida Anibali Ferrarini, 400. Jardim Paulista. Jacson James Pinheiro, 37 anos, é morto com um disparo de revólver. O assassino foge em uma motocicleta. Várias pessoas testemunham.
19 de novembro de 2010. Rua Constantino Ferrari, 364. Policiais chegam com mandato de prisão temporária na casa de Edson Rodrigues de Souza, 21 anos, e de busca e apreensão de uma arma, que teria sido usada para o crime. Edson, conhecido como Paulista, foi apontado por diversas das testemunhas como autor do homicídio.
Mas ele não estava. E desde então não foi encontrado. Nem a arma.
13 de junho de 2011. Delegacia de Campina Grande do Sul. Depois de escapar de mais uma visita dos investigadores na semana anterior, Paulista se apresenta. O mandato de prisão é cumprido.
Agora as testemunhas serão chamadas e o processo deve correr até que, enfim provada a autoria do crime, Paulista deixe de ser figura de destaque no Jardim que leva seu apelido. Lei e ordem CGS.

“Tio na polícia” não salva mosqueteiro


Certamente você já ouviu gente que fala assim: “Não vai acontecer nada comigo porque tenho um tio na polícia”. Mas dizer isso não ajudou em nada o Dartagnan Gomes Duarte, 23 anos, que foi preso na última sexta-feira por bater na namorada e mantê-la presa em casa como se fosse um bicho.
Os policiais Rocha e Elizeu foram até o Bairro Japonês e imobilizaram o valentão, que ficou batendo boca com as autoridades até ser trancafiado na delegacia. Não adiantou chamar nem os três mosqueteiros: Dartanham vai responder por violência doméstica familiar e cárcere privado. A vítima, Lorena Padilha Garcia, 20 anos, contou que se enamorou e foi morar com o mosqueteiro no Japonês sem imaginar que o couro iria comer à sombra das cerejeiras.

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