quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

30 motivos pelos quais a tv em inglês foi melhor que o cinema

Comecei a escrever pensando em dez.
Aí chegou a uns 20 e tantos e resolvi, arbitrariamente (como em todas as listas), a 30.
Trinta motivos pelos quais eu acho que a tv norte-americana/inglesa foi melhor que o cinema deles nos últimos dez anos.
Ou, para ser menos dramático: 32 momentos muito legais da TV falada em inglês. Sem ordem de importância.


  • ·      O personagem Gregory House, possível na sua complexidade por causa da criação e interpretação de Hugh Laurie. A série se esgotou em quatro ou cinco temporadas, pois se baseia exclusivamente em um mesmíssimo modelo de roteiro, portanto altamente previsível. Mas o personagem House é tão bom, melhor mesmo que Sherlock Holmes, que não conseguimos abandonar o espetáculo. Passa ano, passa temporada e basta pegar uma cena com o House e nos despencamos a assistir, não importa quão ruim esteja.
  • ·      O primeiro episódio “Paintball”, de Community. Uma aula de roteiro de referências em 20 minutos, com citação que fazem o enredo andar e, ao mesmo tempo, uma ironia superior sobre os clichês dos filmes de ação.
  • ·      O episódio “My dinner with Andre”, de Community. Colocou a metalinguagem televisiva num outro nível.
  • ·      Quando descobrimos que a trama de Battlestar Galaktica é no profundo passado e não no futuro, desmontando uma quase-norma de sci-fi.
  • ·      Os robôs são monoteístas e os humanos, politeístas, em Battlestar.
  • ·      A trama “Hamersterdam”, na terceira temporada de The Wire.
  • ·      A morte de Stringer Bell, o personagem de Idris Elba em The Wire.
  • ·      Mais importante: as mortes frias, sem glamour, de personagens-protagonistas em The Wire. Como o de "Bodie", por quem nos afeiçoamos apesar da bandidagem.
  •       Omar Little.
  • ·      A dança da galinha em Arrested Development.
  • ·      O papel auto-depreciativo de Jason Alexander, o George Constanza de Seinfield, em Curb Your Entusiasm.
  • ·      O piloto de A Sete Palmos, especialmente a sequência de morte do patriarca.
  • ·      A primeira temporada de Lost. Depois é um lixo de referências sem motivo, ganchos vazios, buracos na trama. No início, tem aquela selva luxuriante e o apelo Twilight Zone que todos amamos.
  • ·      Walton Goggis em Justified, impressivamente na sua “conversão”.
  • ·      O relógio de contagem regressiva para o próximo show, na sala do personagem de Matthew Perry. Trata-se da perfeita sensação de melhor emprego do mundo, inclusive-porque-é-estressante-e-toma-todo-o-nosso-tempo-arruinando-nossos-relacionamentos, na única e esplêndida temporada de Studio 60 on the Sunset Strip.
  • ·      Os solilóquios da terceira temporada de Deadwood.
  • ·      Tony Soprano leva seu capanga mais próximo para dormir com os peixes.
  •      A sequência de abertura na segunda temporada de Sopranos, com Sinatra e "It was a good year". 
  • ·      Os números musicais em Family Guy.
  • ·      Os roteiros de reviravolta em Futurama.
  • ·      O Papai Noel com critérios rigorosos demais, em Futurama.
  • ·      As cenas longas e “vazias” em Treme, especialmente no Carnaval.
  • ·      Way Down in the hole, nas aberturas de The Wire.
  • ·      As tiradas de Bunk Moreland em The Wire. Por exemplo: “Eu não passo de um filho de uma puta com um pau enorme”.
  • ·      Idris Elba tentando se matar em Luther.
  • ·      Os indícios de que Bob Esponja é gay – e as sacadas visuais da série, especialmente quando emergimos e os personagens viram bonecos simplórios.
  • ·      As hipnóticas coreografias dos Backyardigans.
  • ·      O brilhante episódio de Monk em que um advogado forja a própria morte – e a linda música de abertura (Randy Newman – It’s a jungle out there) sob um céu de brigadeiro em São Francisco.
  • ·      A sequência “Save the Orphans”, em Two and a Half Men, em que o genial Jon Lovitz incorpora a afetação politicamente correta das premiações.
  • ·      Justin Timberlake em Saturday Night Live.
  • ·      Os travellings que marcam passagem de trama em Downton Abbey.
  • ·      Al Swearengen (Ian McShane na sua melhor interpretação, criando outro personagem símbolo) constrói a civilização numa prova de que nem sempre as boas intenções são essenciais para o progresso. Deadwood.